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terça-feira, 28 de julho de 2009

Opção feminina pelas motos já representa 25% do mercado

Quando a estudante de logística Viviane Duarte saiu de SãoPaulo há cerca de um ano e trouxe sua moto CG 125 verde para circular nas ruas da capital baiana não fazia noção do sucesso que causaria. “Sempre para alguém do meu lado e pede meu telefone”, diz a morena de 27 anos. Do alto dos seus cerca de 1,80m, a jovem já parou literalmente o trânsito em cima da sua moto. “Certa vez vesti uma minissaia e fui de moto para o trabalho, mas não foi uma decisão muito legal, pois levei tanta cantada de marmanjos desde a hora que saí de casa até colocar os pés no meu destino”, lembra. Até bem pouco tempo, era raro ver um capacete rosa circulando pela cidade. Aliás, Viviane, que já foi até motogirl (entregava produtos para uma farmácia e peças de carro para uma revenda de materiais automotivos), coleciona histórias engraçadas sobre sua experiência sobre duas rodas.
Quando entregava o remédio, sempre tinha um ‘tiozinho’ mais afoito querendo algo mais”, e emenda: “Ano passado, fui ao casamento de uma amiga de vestido semicurto e salto alto”, disse. Dá para imaginar a cena? O caso da estudante é apenas um entre muitos de mulheres que adotaram as motos como meio de transporte, fazendo cair por terra ditados machistas como “mulher no volante é perigo constante” ou “lugar de mulher é pilotando o fogão”. Atualmente, é comum andar pelas ruas de Salvador e ver cada vez mais mulheres pilotando motocicletas. Pelos dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o número de mulheres motociclistas aumentou 50% em todo o Brasil desde 2004. Vantagens
A participação crescente das mulheres nas vendas de motocicletas no Brasil tem alegrado montadoras e surpreendido os centros de formação de condutores. A presença feminina em alguns modelos mais leves e práticos chega a 60%, de acordo com representantes de uma revendedora localizada na Avenida Barros Reis. Os preços das motos, cada vez mais acessíveis graças às opções de financiamento, têm sido decisivos para ampliar o número de capacetes cor-de-rosa nas ruas das pequenas e grandes cidades brasileiras. Para se ter ideia do contingente de ladies sobre duas rodas, uma pesquisa recente sobre o perfil dos compradores, feita pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), mostra que as mulheres são responsáveis por cerca de 25% do mercado de motos novas vendidas no Brasil. Em 1995, quando a professora Alexandra Oliveira comprou sua Falcon, da Honda, apelidada carinhosamente de ‘rancorosa’ (por conta do barulho na partida), as moças chegavam a somar 15% do mercado. Hoje, segundo ela, o número de mulheres daria até para criar uma associação de mulheres motociclistas.
As mulheres preferem as scooters
O modelo Biz da Honda, assim como as concorrentes Neo, da Yamaha, Burgman, da Suzuki, entre outras, fazem parte da categoria conhecida como Scooter, a preferida das mulheres, segundo fabricantes e vendedores. Os motivos do sucesso são fáceis de entender. ‘Dá para pilotar até de saltinho’, brinca a esteticista Sabine Kelmer, 29 anos. Além desta vantagem, ela cita inúmeras outras, como o design da moto, que tem o tanque localizado embaixo do banco, o que deixa as pernas livres. Outro diferencial é que essas máquinas são automáticas, não há embreagem, tornando a direção muito mais fácil. “Saio todos os dias da minha casa, no bairro do Imbuí, para o trabalho na Avenida Tancredo Neves e nunca tive nenhum tipo de problema em estar pilotando uma moto. Aliás, é realmente cada vez mais comum ver meninas como eu em cima de motocicletas”, diz . A diferença de preço em relação ao automóvel e a economia com combustível são outros atrativos das motos. “O principal motivo que me levou a comprar uma moto foi a agilidade para chegar em casa após a faculdade e a economia”, comenta Sabine. Como efeito, esses modelos têm preços bastante acessíveis, que variam dependendo da marca e motor, custando os tipos mais baratos a partir de R$4 milNamorado na garupa
A operadora de telemarketing Inajara Barbosa descobriu a liberdade em cima da Scooter chamada carinhosamente de ‘Tina’. Inajara conta que nunca mais pretende largar sua motocicleta. “Não deixo minha Scooter por nada. Além de ir para o trabalho e faculdade, uso ela para passear. Até meu namorado, que tem trauma de infância de andar de moto, eu consegui convencer a subir na minha garupa e seguir comigo pela orla da cidade”, diz. Charme
As motociclistas conferem uma beleza toda especial à paisagem urbana. Basta uma olhada mais atenta em alguma sinaleira da cidade, e lá estarão elas, com seus pés à mostra em sandalinhas de salto, pernocas de fora em minissaias ou calças que valorizam a silhueta e a cena clássica ao tirar o capacete e revelar longas madeixas. De olho nesse mercado promissor, alguns fabricantes estão produzindo acessórios e equipamentos de segurança e alegóricos específicos para o público feminino. Sabendo que essas consumidoras são exigentes e vaidosas, o mercado já se apressou em oferecer, por exemplo, capacetes coloridos com formatos anatômicos, luvas, jaquetas e outros adereços, que facilmente podem ser encontrados em lojas especializadas. Pois é, os machões e machistas que se cuidem, as curvas feminias estão migrando cada vez mais das garupas para os guidons.
Fonte: Site Correio

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